A Diretoria de Comunicação Social da Uerj (Comuns) realizou um benchmarking sobre divulgação científica com o objetivo de analisar como as universidades vêm investindo na produção e na divulgação de conteúdos de caráter científico. O trabalho envolveu a própria Uerj e mais seis universidades, a saber: a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). O estudo deu origem ao relatório Comunicação da ciência por universidades do Estado do Rio de Janeiro – Levantamento preliminar comparativo 2029-2021.

A pesquisa foi realizada a partir de dados relacionados às publicações nos meses de agosto, setembro e outubro, tanto do ano de 2019 como no de 2021, nos portais das instituições. O objetivo foi ter uma comparação no que diz respeito à influência da pandemia nas abordagens dos conteúdos. As produções analisadas foram classificadas em dois tipos: institucionais e relacionadas à ciência, sendo o estudo desta última categoria mais detalhado. A grande maioria dos conteúdos, em todas as universidades, concentra-se em institucionais.

A análise mais detalhada dos conteúdos científicos buscou classificar suas características, como as áreas do conhecimento abordadas e as fontes utilizadas, como aspectos gerais, e o tamanho de texto, uso de imagens e duração do vídeo e áudio, nos aspectos específicos de cada formato. Confira a seguir alguns dados importantes do levantamento.

Visão geral dos conteúdos observados:

  • 1.447 conteúdos analisados no total;
  • 1.154 conteúdos institucionais, representando 79,8% do total;
  • 293 conteúdos voltados à ciência, representando 20,2% do total.

Dos 293 conteúdos científicos analisados, foram observados os seguintes formatos:

  • 125 conteúdos textuais (42,7%);
  • 120 episódios de podcast (41,0%);
  • 48 vídeos (16,4%).

Ainda sobre os conteúdos relacionados à ciência, vale ressaltar que mais de uma categoria de fonte pode ter sido utilizada em um conteúdo, resultando nos números abaixo:

  • Docentes: 179 (42,8%);
  • Pessoas externas: 144 (34,4%);
  • Servidores ou colaboradores não docentes: 45 (10,8%);
  • Alunos: 35 (8,4%);
  • Reitoria: 15 (3,6%).

Por fim, a mesma dinâmica ocorre na categorização dos conteúdos científicos por área do conhecimento, podendo haver repetições por produção:

  • Ciências da Saúde: 92 (21,3%);
  • Ciências Humanas: 88 (20,4%);
  • Ciências Sociais Aplicadas: 77 (17,8%);
  • Linguística, Letras e Artes: 65 (15,1%);
  • Ciências Exatas e da Terra: 46 (10,6%);
  • Ciências Biológicas: 33 (7,6%);
  • Engenharias: 20 (4,6%);
  • Ciências Agrárias: 11 (2,5%).

Os dados gerais acima apontam um cenário a ser estudado mais de perto, avaliando critérios qualitativos. E, por isso, o próximo passo a ser dado será a visitação aos setores de Comunicação dessas mesmas universidades, o que possibilitará a demonstração dos resultados previamente obtidos e o entendimento aprofundado sobre o período estudado.

Conforme os números destacados, é possível observar a predominância dos conteúdos institucionais em detrimento dos conteúdos científicos. E, já com o enfoque nesses últimos, é interessante ressaltar o número de episódios de podcasts, por exemplo, que aponta para uma comunicação científica mais dinâmica que vai além do texto — embora esse formato tenha se mostrado ainda dominante.

Além disso, o fato dos docentes terem sido a fonte mais utilizada é algo a ser reconhecido, notando-se a reverência dada ao saber produzido internamente em cada universidade. Por fim, a observação das áreas do conhecimento revelou uma abordagem maior dos assuntos relacionados às Ciências da Saúde, o que aponta para a relevância desse tema, principalmente levando em conta o período pandêmico de 2021.

O relatório é apenas o pontapé inicial de uma grande iniciativa da Comuns que visa encontrar alternativas para uma divulgação científica mais democrática e efetiva. Este projeto teve início com o levantamento de dados quantitativos e passará, agora, pela fase das visitas e entrevistas com os respectivos setores de Comunicação, como já abordado.

A versão digital do relatório Comunicação da ciência por universidades do Estado do Rio de Janeiro – Levantamento preliminar comparativo 2019-2021 está disponível para download.